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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Paz. Eu quero paz.

No fim das contas a gente deixou a torneira mal fechada. Definitivamente pingando. O ralo tá tampado e a cada gota a pia enche de saudade. À medida que ela vai transbordando, a gente parece que vai perdendo o chão pra se apoiar, como se aquilo fosse um oceano e a gente estivesse à deriva sem fé na salvação. 
Pessoas deveriam se importar mais com as outras. Onde já se viu causar dilúvio no terreno alheio? Só me disseram "continue a nadar", mas ninguém avisou como seriam os dias de tempestade. "Sobreviva". "Se vira". "Aguenta". Aí a gente nada que é pra tentar encontrar uma terra pra pisar.
Uma hora ele volta e finge te dar fôlego pra continuar, mas na verdade é só uma armadilha pra te cansar e adiar ainda mais o que a gente já procura faz tempo: paz.

domingo, 18 de outubro de 2015

Esperança?

Tudo começa com aquela intuição (vai com calma), mas o caso parece tão certo que você se joga num romance a 200 km/hr, e mesmo achando que tá rápido não diminui a velocidade. Quando a cosciencia dá um alarme (cara, vai dar merda) você percebe que os freios foram cortados, à frente tem um abismo e não existem asas ou trampolins eficientes o suficiente pra te amortecer na queda livre. A essa hora a razão surgiu, infelizmente tarde de te impedir do tombo, mas a tempo de te dizer "eu avisei". Pronto, você tá apaixonada, e o pior de tudo é esse sentimento de que nada cura suas feridas quando quem te fez acelerar já foi embora atrás de outra adrenalina. 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A despedida

Oi, quanto tempo, né? Já faz dias que eu não tenho mais paz. Eu sei, não tinha muito, mas aquilo me bastava, e me satisfazia tanto que nem parecia realidade. Ou talvez nem fosse, foi por tão pouco tempo. O que é pouco? E o que é tempo? Não que pouco seja necessariamente um sinônimo de coisas curtas ou tão rápidas, mas acho que foi tão pequeno perto do que poderia ter sido. Quem sabe o tempo, curto ou longo, soube passar tão devagar que aquelas semanas pareceram meses. Quem sabe o pouco foi muito, e quem sabe o muito foi demais. Quem sabe?
Quem deveria saber era eu, era você, e que desconhecedores desse ramo nós somos. Que pena que nós já não somos nós, e mesmo não sendo nós, eu não quero que os nós desatem. Você quer?
Uma hora a gente sabia, podia ser a qualquer momento, que essa hora chegaria. E que triste, meu bem, é te ver partir e eu nem sequer me permitir de pedir pra você ficar. Não posso, não quero (ou quero?).
Compartilharia da tua felicidade se ela pudesse ficar junto de mim ao invés de partir, ainda mais sem destino certo. Que alegria seria se eu pudesse talvez zarpar contigo, mas que alegria seria essa se por ti eu deixasse a vida, os sonhos, a realidade, a família e tirasse os pés do chão? Eu queria tanto ficar no teu colo, mas quem seria eu se - fechadas as asas - me permitisse viver sobre a tua sombra? Que graça teria o viver se pelos prazeres eu perdesse os deveres?
Que triste, meu bem, mas parece que - por fim - chegamos aonde chegaríamos. Quanto mais tardou, mais queimou, mais pulsou, mais ferveu, mais amou. Amamos, fervemos, queimamos, tardamos, sofremos. Sofri, chorei. Sofro, chorarei. Mas um dia, meu lindo, por ti eu sorrirei.