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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A despedida

Oi, quanto tempo, né? Já faz dias que eu não tenho mais paz. Eu sei, não tinha muito, mas aquilo me bastava, e me satisfazia tanto que nem parecia realidade. Ou talvez nem fosse, foi por tão pouco tempo. O que é pouco? E o que é tempo? Não que pouco seja necessariamente um sinônimo de coisas curtas ou tão rápidas, mas acho que foi tão pequeno perto do que poderia ter sido. Quem sabe o tempo, curto ou longo, soube passar tão devagar que aquelas semanas pareceram meses. Quem sabe o pouco foi muito, e quem sabe o muito foi demais. Quem sabe?
Quem deveria saber era eu, era você, e que desconhecedores desse ramo nós somos. Que pena que nós já não somos nós, e mesmo não sendo nós, eu não quero que os nós desatem. Você quer?
Uma hora a gente sabia, podia ser a qualquer momento, que essa hora chegaria. E que triste, meu bem, é te ver partir e eu nem sequer me permitir de pedir pra você ficar. Não posso, não quero (ou quero?).
Compartilharia da tua felicidade se ela pudesse ficar junto de mim ao invés de partir, ainda mais sem destino certo. Que alegria seria se eu pudesse talvez zarpar contigo, mas que alegria seria essa se por ti eu deixasse a vida, os sonhos, a realidade, a família e tirasse os pés do chão? Eu queria tanto ficar no teu colo, mas quem seria eu se - fechadas as asas - me permitisse viver sobre a tua sombra? Que graça teria o viver se pelos prazeres eu perdesse os deveres?
Que triste, meu bem, mas parece que - por fim - chegamos aonde chegaríamos. Quanto mais tardou, mais queimou, mais pulsou, mais ferveu, mais amou. Amamos, fervemos, queimamos, tardamos, sofremos. Sofri, chorei. Sofro, chorarei. Mas um dia, meu lindo, por ti eu sorrirei.